Photovoice

Gentrificação e saúde no Porto: o ponto de vista dos residentes


As fotografias que se aqui se encontram são da autoria de dezasseis residentes no Porto – sete homens e nove mulheres - que, de forma generosa, aceitaram mostrar o seu ponto de vista sobre a forma como a gentrificação afeta a saúde dos portuenses, utilizando uma máquina fotográfica para esse fim.


Divididas em três grupos, consoante certas características socioeconómicas das suas zonas de residência, estas pessoas aceitaram fotografar a cidade, captando individualmente imagens que foram apresentadas e discutidas coletivamente, de modo a revelar os significados e as histórias nelas contidas.


Apresentam-se aqui as imagens que resultaram deste trabalho coletivo de investigadores e participantes num estudo que utilizou um método – photovoice – que pretende dar voz às pessoas através da fotografia, e em que a palavra participante ganha um significado mais pleno, na medida em que cada pessoa que participa na investigação toma conscientemente decisões que têm impacto nos seus resultados finais.


Optou-se por apresentar todas as fotografias produzidas pelos participantes, com a exceção de repetições, auto-retratos e uma ou outra fotografia menos percetível, e não apenas aquelas que foram escolhidas para apresentar e discutir coletivamente, ou que foram consideradas as imagens que melhor ilustravam a sua perspetiva sobre o tema em questão. Os participantes tiveram total liberdade para fotografar o que entendessem, desde que nos trouxessem um conjunto de fotografias que procurassem responder à seguinte questão: “como é que a gentrificação afeta a saúde no Porto?”.


A categorização das fotografias que aqui se encontra tem como única finalidade organizar as centenas de imagens que se apresentam. Ela resulta de uma leitura – inevitavelmente subjetiva – realizada pelos investigadores a partir dos elementos visuais que compõem cada fotografia, e não reflete necessariamente o olhar do fotógrafo: uma fotografia capta a face superficial de um determinado objeto, mas não capta a intenção que seleciona esse objeto, nem o significado subjetivo que lhe confere quem o fotografa.


Muitas das fotografias aqui apresentadas retratam uma cidade em rápida mudança, evidenciando obras em curso, lojas turísticas em locais onde antes havia comércio tradicional, edifícios reabilitados lado a lado com outros degradados, turistas caminhando nas ruas, alojamentos locais e hotéis, entre várias outras coisas. E encerram em si histórias, pessoais e coletivas, sobre as consequências, positivas e negativas, dessas mudanças, e sobre a sua relação com a saúde.



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